A aquisição de insumos em oftalmologia envolve particularidades, que pedem uma atenção especial por parte de todo o circuito dos profissionais envolvidos.
O mercado, com certa limitação em seus fornecedores, restringindo as opções e a padronização de marcas em alguns casos, torna a rotina das compras complicada e sujeita a falhas.
Isso pode culminar em extremos: estoques volumosos que possivelmente se destinam às perdas ou na indisponibilidade dos insumos, impactando de modo geral nos atendimentos e, consequentemente, nos resultados financeiros e operacionais.
Quais práticas adotar para comprar adequadamente?
Inicialmente é necessária a combinação do planejamento das compras com o estoque, associando também aos números factíveis de atendimentos, além das estratégias desenhadas para o período.
Por exemplo: se um hospital ou uma clínica realiza uma média de 50 cirurgias de facoemulsificação mensais, quais itens estarão diretamente envolvidos para que o número desejado seja alcançado e ainda exista uma margem segura, evitando rupturas?
Bisturis, lentes intraoculares, ponteiras, anestésicos, entre outros materiais, constituirão o foco da análise, junto às alternativas de fornecimento.
Recomendo fortemente não reduzir a decisão de compra considerando apenas o custo; mas sim ponderar aspectos igualmente relevantes como:
· Valor, agregando custo versus benefício;
· Marcas padronizadas (devidamente homologadas, com a participação ativa do Corpo Clínico);
· Entrega (logística dinâmica é o ideal);
· Pagamento que atenda ao fluxo de caixa;
· Qualificação e desempenho dos fornecedores.
A Gestão de Compras não é algo simplista; infelizmente assim visto por muitos, pelo contrário, é um trabalho minucioso e com uma série de desdobramentos. Contudo, quando bem estruturada, acrescenta segurança, qualidade e resultados à instituição e diretamente aos seus pacientes.
Texto por Heloisa Dahir – Especialista Lifelong Learning Gestão em Oftalmologia – Gestão de Suprimentos em Oftalmologia